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Numa altura em que os nossos movimentos têm sido limitados dentro de quatro paredes, podemos sentir-nos livres? Confinados no tempo e no espaço, as nossas rotinas mudam. Através das janelas de nossas casas, televisões, computadores e telemóveis olhamos uns para os outros, para o exterior, para o mundo, e refletimos; o que é que ser livre realmente significa?
Inspirados pelo contexto atual, e pelo facto de estarmos a passar o dia da liberdade portuguesa sob um certo confinamento, queríamos descobrir perspetivas sobre a liberdade que desafiassem as narrativas dominantes. Então, desafiamos os cineastas a criarem curtas-metragens que refletissem o que a liberdade significa para eles hoje.
Numa época em que as histórias nos fazem avançar, estas são reflexões do essencial.
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— em Nothing but the Mountains of the Past, por João Diogo Marques
VASCO MENDES 🇵🇹
Realizador Vasco Mendes [PT] licenciado em Cinema pela Universidade da Beira Interior. Desde a sua primeira curta-metragem que tem atravessado música, ritmo, arquitetura e cinema. Além de fazer videoclipes para bandas portuguesas emergentes, o Vasco tem feito documentários, onde os temas principais são a música, a cidade e as pessoas.
Your Spaceship, Vasco Mendes
Em 17 de abril de 2020, 3 astronautas voltam à Terra após meses numa missão no espaço. Eles voltam a um mundo diferente do que estavam acostumados quando saíram. Onde esperariam liberdade, encontram um ambiente fechado e isolado, em silêncio, semelhante ao que estão acostumados no Espaço. A cidade que nunca dorme está a dormir agora, e as fronteiras invisíveis transformaram-se em muros ao nosso redor.
🇨🇱 FELIPE RÍOS FUENTES
Felipe Rios Fuentes [CL] estudou na Escuela de Cine no Chile e quase imediatamente começou a dirigir curtas-metragens e a trabalhar em artes visuais. Em 2018, estreou a sua série de documentários "Gabinete" sobre arte contemporânea chilena. Em 2019, lançou seu primeiro filme de ficção completo "El Hombre del Futuro" no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary e também estreou o vídeo "A Ópera Emancipadora" junto com o artista Voluspa Jarpa na Bienal de Veneza.
Tema Libre, Felipe Rios Fuentes
Santiago do Chile no centro de uma pandemia. Um casal passa 35 dias trancado em casa com muito tempo para pensar. Há momentos em que o sujeito livre é um problema e as limitações se tornam um espaço de liberdade.
DANIEL BRERETON 🇬🇧
Daniel Brereton [UK] é um cineasta que vive no noroeste da Inglaterra, e até agora dirigiu mais de 100 vídeos musicais para bandas como Bastille, Metronomy, Connan Mockasin e Django Django. Recentemente, Daniel virou-se para contar histórias através de narrativas e documentários, com o objetivo de focar em histórias do norte da Inglaterra e das pessoas que moldam esta terra. Conhecemos Daniel em 2015 e destacamos o seu trabalho num episódio do Director ID.
I Can't Help, Daniel Brereton
Durante a pandemia que está a acontecer enquanto escrevo, e as circunstâncias de estar em isolamento, fazer um filme sobre liberdade parece uma coisa brilhante. E ao fazer este filme, descobri que a liberdade é encontrada num lugar que eu não esperava que fosse. Pensei que a liberdade se encontrava nas colinas e nos vales do parque nacional perto de onde vivo, mas quando olhei para mim mesmo e para os meus pensamentos sobre o assunto, percebi que, para mim, a liberdade vem de dentro.
🇵🇹 JOÃO DIOGO MARQUES
João Diogo Marques [PT] foi ao cinema pela primeira vez quando tinha três anos, o filme era Jumping Jack Flash com Whoopi Goldberg, e ele adormeceu. Desde então, a sua paixão por fazer filmes fê-lo assistir a cada VHS na loja de vídeo local. Começou a fazer filmes dentro da cena musical do Porto, gravando concertos e vídeos de performances para bandas. João desenvolveu uma abordagem DIY para o cinema enquanto trabalhava com a Canal180, a fazer curtas-metragens e comerciais, a dirigir e editar.
Nothing but the Mountains of the Past, João Diogo Marques
Um olhar pessoal sobre a possibilidade de liberdade em quarentena através da gravação das experiências do passado.
VINCENT MOON 🇫🇷
Nascido em Paris, Vincent Moon [FR] (nome verdadeiro Mathieu Saura) é um cineasta independente. Nos últimos dez anos, Vincent Moon tem viajado pelo mundo com uma câmara na sua mochila, documentando folclores locais, música sacra e rituais religiosos, para o seu selo Collection Petites Planètes. Conhecemos Vincent em 2014 e destacamos o seu trabalho num episódio da 180ID e entrevistámo-lo para a revista Thoughts on the Next Decade.
PRISCILLA TELMON 🇫🇷
Priscilla Telmon [FR] é cineasta, fotógrafa e escritora, membro da Sociedade dos Exploradores Franceses, desde 1999, dedicou-se a longas viagens que combinam história e aventura, prestando homenagem à sabedoria tradicional e ao mistério das culturas que visitou. Sua paixão levou-a a realizar filmes e documentários, escrever livros e artigos e colaborar com canais de TV, rádios e museus.
UN PAYS LOINTAIN, Vincent Moon and Priscilla Telmon
Uma viagem do exterior para o interior, do movimento para a quietude, do barulho para o silêncio. Um chamado para sermos mais. E se o confinamento estiver-nos a ensinar o verdadeiro significado da liberdade?
🇨🇦 SOPHY ROMVARI
Sophy Romvari [CA] vive em Toronto. A sua produção cinematográfica é principalmente autoetnográfica com foco no processamento de traumas, seja pessoalmente ou coletivamente. O seu documentário "Pumpkin Movie", elogiado pela crítica como "uma bela e subtil obra de protesto feminista" foi estreada no festival True/ False em St. Louis em 2018. Nesse mesmo ano, a sua curta "Norman Norman" recebeu estreia mundial no Festival de Toronto. O filme foi a peça central de "Super Sucinct and Radically Direct", uma retrospectiva do trabalho de Sophy no Museum of the Moving Image em Nova York, e foi selecionado como a melhor curta-metragem do ano pela crítica rogerebert.com, Justine Smith. Sophy completou recentemente o seu mestrado na York University, durante o qual ela filmou a sua mais recente curta-metragem, "Still Processing".
MIKE THORN 🇨🇦
Mike Thorn [CA] é o autor de Darkest Hours and Dreams of Lake Drukka & Exhumation. A sua ficção tem aparecido em inúmeras revistas, antologias e podcasts, incluindo Dark Moon Digest, The NoSleep Podcast e Tales to Terrify. A sua crítica de filmes foi publicada no MUBI Notebook, The Film Stage e Vague Visages. Ele completou o mestrado com uma especialização em literatura inglesa na Universidade de Calgary, onde escreveu uma tese sobre epistemofobia em Prince of Darkness, de John Carpenter."
Some Kind of Connection, Sophy Romvari
JApenas no começo do relacionamento, a cineasta Sophy Romvari e o escritor Mike Thorn encontram-se em confinamento durante uma pandemia global. Este filme é uma documentação do tempo que passaram juntos em Calgary, Alberta.
NISHA JURAIRATTANAPORN 🇹🇭
Nisha [TH] é uma cineasta que vive em Bangkok. Depois de se formar na Universidade de Chulalongkorn, na Tailândia, Nisha foi para a escola de cinema em Praga, FAMU, para estudar cinematografia. Com um estilo visual muito poético, tem vindo a filmar desde 2011, principalmente comerciais, séries de TV, videoclipes, entre outros.
a day in Bangkok, Nisha Jurairattanaporn
Quando me pediram para fazer uma peça sobre liberdade, a maioria das pessoas ao redor do mundo estão a ser-lhes pedido para ficar em casa. Eu também. Eu fiz este vídeo de uma câmera de segurança da polícia. Eu escolhi RAMA4 road location, o melhor local em BKK, e comecei a gravar de dia para noite, para fazer com que parecesse que estávamos sentados numa sala com uma janela agradável.
Numa época como esta, a liberdade não pode ser definida como um estado físico, mas sim um estado de espírito.
🇵🇹 DIANA ANTUNES
Desde a sua infância, Diana [PT] tem sido apaixonada pela arte, pelo movimento corporal e pelo conceito de espaço físico. Ela começou a dançar quando era apenas uma criança e sua paixão pelo cinema foi revelada durante esse tempo. Depois de se formar em cinema, Diana mudou-se para Londres onde trabalhou como cineasta. Vive agora em Lisboa onde trabalha como diretora de cinema em publicidade, videoclipes e documentários. A sua primeira longa-metragem, um documentário sobre a resiliência dos refugiados palestinos que tentam resistir à ocupação israelense através de diferentes caminhos não violentos será lançado em 2020.
Desabitar, Diana Antunes
As memórias levam-nos a lugares. Elas abrem a porta para lugares que não podemos mais voltar. Desabitar convida-nos a viajar através das nossas memórias e da maneira como elas nos afetam. É possível ser verdadeiramente livre quando parte de nós mesmos ainda vive no Passado?
MIGUEL C. TAVARES 🇵🇹
Miguel C. Tavares descreve-se como "um cineasta isolado". Foi a Hong Kong em 2017 para fazer as curtas "In Between", mas é a nível nacional que o seu trabalho se destaca através de projetos como "Specific Atmosphere", "Cloud Tryptic", "Trilho", "A Construção da Villa Além", "Become Ocean" e "Afastado de Quem Fala", estes dois últimos filmados nos Açores. É também numa viagem a este arquipélago, em 2019, que com o músico/compositor José Alberto Gomes, Miguel passa 10 dias a bordo do cargueiro "Corvo". Este projeto culminou com uma apresentação ao vivo no festival Walk&Talk com a peça "East Atlantic".
🇵🇹 JOSÉ ALBERTO GOMES
Músico, artista sonoro, professor e curador do Porto, José Alberto Gomes está fortemente ligado às tecnologias e ao papel da música no teatro, cinema, instalações, electrónica e improvisação, tendo um interesse especial na procura de novas formas e novos "lugares" musicais. José atualmente ensina na Universidade Aberta e na Escola de Artes - UCP. Entre os seus inúmeros trabalhos e parcerias, destacam-se projetos com a Casa da Música, a Braga Media Arts - cidade criativa UNESCO, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Serralves.
2020 CHIMAERA, Miguel Tavares e José Alberto Gomes
A palavra 'chimaera' passou a significar não apenas um animal híbrido, mas qualquer coisa que parecia ser impossível ou uma invenção da nossa imaginação.
Nos primeiros meses de 2020, mais de 3,9 bilhões de pessoas, ou metade da população mundial, foram pedidas ou obrigadas a permanecer em casa pelos governos para conter a propagação do vírus covid-19. Esta 'quimera' de discursos, narrativas, rostos, expressões e realidades é o resultado da ilusão de entrar em contato com um interlocutor comum, aparentemente real e original, que vive permanentemente numa interface comum, uma realidade distante e artificial.
DIOGO CÃO 🇵🇹🇧🇷
Diogo Cão [PT/BR] é um coletivo formado por um motion designer, documentarista e cinegrafista. O projeto surgiu durante seu confinamento em 2020. O coletivo encontra alívio nas artes, na caminhada e na natureza, mantendo esses hábitos até o fim da quarentena.
O Horizonte, Diogo Cão
Uma ida ao zoológico.
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