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Na estreia de “Long Way from Home” no Passos Manuel, numa conversa com o músico David Bruno, Sobreiro (o realizador deste filme) perguntou-lhe como tinha sido o ano de concertos com o seu projeto Conjunto Corona. Não houve hesitações: O Tremor foi o ponto alto, uma espécie de delírio, uma experiência que se pode comparar um pouco àquela famosa de Las Vegas. A partir daí, tendo em mente esta imagem de “medo e repulsa”, o título foi um ponto de partida para a criação deste filme.
Como se este cenário pitoresco não bastasse, todos os anos a ilha convida os seus habitantes e visitantes para uma experiência única no festival TREMOR.
Situada no meio do Oceano Atlântico, São Miguel é a maior ilha do arquipélago português dos Açores e é conhecida pelas suas paisagens de cortar a respiração, pelas vistas deslumbrantes de géiseres, lagos e fontes termais geotérmicas.
O TREMOR é um festival de música que tem lugar em Ponta Delgada, São Miguel, e traz um programa interdisciplinar de concertos, exposições, projecções de filmes e projectos comunitários. Com outras actividades artísticas e culturais, aspira a impulsionar o potencial criativo dos Açores. O Tremor surgiu em 2014 e, desde então, a nossa equipa sempre sonhou em vislumbrá-lo. Mas alguns sonhos levam tempo, certo? Por isso, só em 2018 é que conseguimos vir, e não propriamente de férias.
Tremor espelha o que o rodeia, um delírio onírico e enevoado que continua a alimentar a nossa imaginação para criar o seu registo visual.
MEDO E ÓDIO E FESTA EM LAS PONTA DELGADA
é o resultado dos nossos encontros no Tremor, um retrato de paisagens por vezes mundanas que se misturam com danças e sons. Situado num local remoto, o seu ambiente foi, de facto, uma importante fonte de inspiração, uma lufada de ar fresco da cena comum. Não é apenas mais um festival, é uma experiência como nenhuma outra. Uma fusão indescritível entre a natureza e a expressão artística. Uma imersão num espírito de comunidade que contraria a tendência de tornar os eventos cada vez maiores. Como os locais destes festivais estão longe de ser comuns, é uma viagem única à volta da ilha através dos concertos secretos, uma descoberta em cada esquina.
É em festivais como este que se pode ver o Dinho dos Boogarins num concerto dos Parkinsons. Ou o Casper dos Liima a conversar no meio da multidão junto à porta de entrada. Curiosamente, ambos afirmaram que muitos músicos muitas vezes não fazem ideia de onde e em que festival estão a tocar. Mas no Tremor é diferente. A organização faz um esforço para que os artistas permaneçam o máximo de tempo possível, para que possam realmente abraçar o espírito do seu ambiente.
Diogo Lima, o contador de histórias.
Para quem não sabe, Diogo Lima é uma das personagens mais icónicas do Tremor. Não se pode imaginar o festival sem o humor peculiar dos seus vídeos.
“
Mostrar pessoas fixes e felizes. Aqueles que tiveram de gastar muito dinheiro para apanhar um voo e vir aqui para alguns concertos. Mas não mostrem esses postais turísticos. Eles já sabem que é lindo, no meio do nada... e cheio de vacas. De facto, isso não é o que realmente importa
”
- disse Diogo Lima e nós fizemo-lo.
Confessamos que viemos com algumas expectativas. Mas o que aconteceu foi que a realidade superou-as todas. O Tremor pode ser um festival de música, mas há definitivamente muito mais do que isso.
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